Ainda refletindo sobre o Semeador

segunda-feira, 9 de agosto de 2010

Narra uma lenda judaica que dois irmãos que haviam vivido sempre na cidade, resolveram fazer um passeio no campo.
Enquanto caminhavam, viram um homem que arava uma grande porção de terra e acharam muito estranho, não conseguindo entender porque ele destruía assim a campina.
Na seqüência, observaram que o homem colocava sementes nos sulcos que fizera.
Um dos irmãos achou que o campo era um local de loucos, pois jogava fora trigo bom. Por isso, voltou à cidade.
O outro irmão, contudo, observou que poucas semanas depois, os pés de trigo começaram a brotar. O campo era um imenso tapete verde.
Escreveu para o irmão da cidade a fim de que ele viesse verificar, com seus próprios olhos, a maravilha.
Ele veio e realmente se maravilhou. Mas, passados alguns dias, o verde dos brotos foi dando lugar ao dourado.
Então ambos entenderam o trabalho do semeador.
Depressa o trigo amadureceu. O semeador trouxe a foice e começou a ceifar.
O irmão que havia retornado à cidade não conseguia acreditar no que via:
O homem parece doido, dizia. Trabalhou o verão todo e agora destrói, com suas próprias mãos, a beleza do trigal maduro.
E voltou para a cidade, fugindo do campo.
O outro tinha mais paciência. Ficou e seguiu o fazendeiro. Assistiu a colheita, viuo levar o trigo para o celeiro.
Observou como ele retirou o joio do trigo e o cuidado com o armazenamento.
Sua admiração foi ainda maior ao se dar conta de como um saco de trigo semeado se transformara na colheita de todo um trigal. Só então compreendeu a razão por detrás de cada ato do semeador.

Muitos de nós somos como o irmão impaciente da lenda. Não aguardamos o tempo nem os resultados e julgamos Deus pelas aparências. Pelo imediatismo.
Do plano terreno, que se assemelha a um vale muito grande, não conseguimos ter a visão ampliada da totalidade, nem constatar a sabedoria do plano divino.
Deus tudo realiza com justiça, misericórdia e amor.
Cabenos cultivar a paciência e buscar a montanha da meditação, da instropecção, para lhe descobrir a grandeza.

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